30 de out. de 2009

para gostar de rir. (2)

Oi, meu nome é Charlie. Sim, eu sou bipolar, mas você não nada haver com isso! Como de costume fui para a chácara do meu pai, que é meio longe daqui da cidade. Lá existem muitos animais soltos que são os ‘xodós’ dele. Fui ajudá-lo a contar os carneirinhos que estavam presos. Sem que eu pudesse ver, um cabrito macho enorme me deu uma bofetada na perna. - Aiiiiiii! Cabrito desgraçado! Vou acabar com você! Sem pensar muito, meu humor teve uma queda brusca, e sai correndo atrás do bicho, chutei, soquei, bati, dei pontapés, desesperadamente louco para acabar com ele. Até que ele conseguiu sair do meu alcance. Não me importei, continuei correndo ele. Passei por vários pastos, mas nada de alcançá-lo, ele corre muito rápido, ainda mais sabendo que tinha feito cagada né?! Retornei para onde meu pai estava, e por sinal me deu uma bronca gigante, ficou com dó daquele animal horrível! Parei em frente a porta do local onde os carneiros ficam. -Filho, o que é que você esta fazendo? -Esperando aquele bicho voltar, vou acabar com ele. Uma hora ele teria que voltar não teria? -Charlie, você correu muito longe com ele. Ele não vai voltar! Já passou da hora dele voltar inclusive, deixe o coitado do bicho pra la!
Coitado do bicho? Coitado de mim. Minha perna inchou na hora, não sentia mais ela direito. Vi uma mexeriqueira e subi em um dos galhos, fiquei saboreando as mexericas docinhas ali. Começou a escurecer e nem percebi. Quando menos eu esperava, escutei folhas se mexendo e quando vi, era o miserável do carneiro!!! Cara de pau, ainda tem coragem de voltar!!! Não deu outra, meu humor teve outra queda brusca, desci me esbarrando no chão com os galhos e folhas para correr atrás dele mais uma vez. Só que desta vez, ele me viu antes e não deu tempo de conseguir pega-lo. Poxa vida entenda, ele me acertou. oeu sabia? Eu sei que ele é um animal, irracional e bla bla bla, mas doeu ta legal? E não venha com lições de moral, é por que não foi com você!

29 de out. de 2009

vendendo palavras.

Personagens principais: O desejo, a angústia e a compulsão por comprar.

Num supermercado, os consumidores passam o tempo enchendo seus carrinhos e não conseguem sair de lá. Durante todo esse tempo acontecem várias historias de personagens e realidades diferentes. O mundo exterior só aparece através de máquinas digitais, (computadores, telefones e câmeras), e as pessoas que permanecem la, esperam sua vez de entrar nesse 'mundo do consumo', como numa sociedade, não tem lugar para todos. Os produtos a venda, nesse cenário totalmente branco, são conceitos e idéias; exibidos como caixas de muitos formatos, com inscrições que remetem a slogans publicitários. A intenção do drama foi mostrar como a sociedade encara a perca dos valores sociais e todos os personagens, dispostos por emoções e sentimentos, que costumam acompanhar o ato da compra.

"Consumismo desenfreado, Estresse em seu padrão de vida, Doenças, Ação contra o tédio... Aumente seus padrões diminuindo suas expectativas. Não há atalhos, só desvios. Todo problema é uma oportunidade. Se você não consegue mudar o vento, ajuste a vela. Nunca desista!"

Cena do filme "1,99 - Um Supermercado que vende palavras"

28 de out. de 2009

para gostar de rir.

17:00 Horas - Pai, posso pegar seu carro emprestado hoje? Já que o meu está no mecânico... - Hum... pode sim filho, sem problemas. Vai levar a Lola pra sair hoje é? - Vou sim, obrigada pai! Thiago estava todo animado naquele dia, tinha combinado com sua namorada de se encontrarem durante a noite. Terminou de se arrumar e passou na casa de Lola, que estava linda e toda arrumada também. 20:00 Horas -Uau, seu pai emprestou o carro! E quais os planos hoje meu amor? -Então Lolinha meu bem, o que acha da gente ir num Drive-in? hehehe -Ótimo!!! Estavam achando o máximo toda aquela adrenalina, de fugir da rotina, de arriscar, ficarem fora de casa sozinhos, fazendo amor sem se preocuparem com horário. Mas, tudo que é bom demais dura pouco, para a infelicidade desse lindo casal. 20:45 Horas -Ai amor, eu adoro essa música, deixa ligado o rádio para fazer um clima! -Tudo bem lindinha, agora vem cá vem (...) 21:00 Horas ... 22:30 Horas ... 23:45 Horas ... 24:00 Horas -...aiai, já imaginou se eu tivesse esquecido a camisinha? Hahaha - Nem brinque com isso amor! Nada poderia ter saído tão perfeito quanto essa noite! Conseguimos ter um tempo para nós. -Pois é, fiquei esperando por isso o dia todo, só pensando em você. Passei meu melhor perfume, e estou usando a camiseta que você me deu de aniversário!E claro, tomei todo cuidado com o carro do meu pai! Agora vamos indo? Esta meio tarde já, seu pai e sua mãe podem ficar preocupados... -É, melhor irmos mesmo. (vrummm, vrummm, vrummm... vrummm, vrummm, vrummm...) -Lola!!! Nós nos esquecemos de desligar o som do carro! Ele acabou desligando sozinho, e pior, acabou toda a bateria do carro!!! - Eu não posso acreditar? Culpa sua que não presta atenção e nada! E agora? Minha mãe vai me matar! Como vamos voltar para casa? Moramos longe e estamos aqui do outro lado da cidade!!! - Vou tentar ligar para um táxi e fazer pegar... 24:25 Horas -Não estou conseguindo, e agora? Vamos voltar de Taxi e amanha tento enrolar meu pai, dizendo que o carro ficou na rua e eu mesmo venho buscar. NO DIA SEGUINTE -De jeito nenhum Jorge, você vai com seu filho junto, imagine só, ele é nossa criança, se você não for com ele eu mesmo vou! -Mãe, não prec... -Não discuta comigo Thiago, vou me arrumar, já que seu pai não faz nada! Depois de alguns minutinhos pensando, rapidamente Thiago puxa seu pai de canto e diz baixinho: -Pai, preciso falar com você! (Lola, Thiago e Jorge são nomes fictícios, porém, essa história cômica é baseada em fatos reais, acredite! Não resisti, tive que registrar!)

razão.

Acorde arrependido, mas não durma com vontade! (Razão prática, é a Teoria de Kant, explica que a vontade se dirige espontaneamente para o bem, sem interferência da inteligência. É o sistema moral de Kant... "a revelar como essência sua a liberdade da vontade, liberdade que é assim compreendida como autonomia.") Parei em frente a minha janela, estava chovendo. É um bom canto para ficar sozinha e entrar no particular sem ser atrapalhada. Estava anestesiada, não sei o que sentia naquele momento. Lembrei de tudo que passamos, foram lembranças muito boas. Fiquei sorrindo em recordar teu sorriso. Foi muito bom todo sentimento, quando fizemos valer à pena, todo tempo ao seu lado foi ótimo. Cada minuto, cada segundinho, tua respiração, seu coração, seu corpo, sua boca, seus olhos negros que falam muito comigo. Tudo em você me fez bem, enquanto o tempo deixou durar... Chorei. Chorei porque quero a maior felicidade para uma pessoa que nunca me fez sofrer. Nunca quis enganar ninguém, e não seria agora que assim faria. Tentei de todas as formas ser verdadeira comigo, com a gente, abri o jogo com tudo que eu sentia, ou não sentia. Infelizmente não sou boa em definir as coisas que sinto, tenho um medo bobo. Errei. Amor é um sentimento que eu não sei definir e nunca houve alguém que me ensinasse a senti-lo com toda sua complexidade. Depois de tanta relutância interna, remexendo e revirando todo aquele medo que me prendia, a coragem veio para afagar minha alma, e libertá-la, fazendo com que me tornasse forte, pelo menos naquele momento oportuno de pronunciar as palavras na hora e da maneira certa. Houve tristeza e cautela. Logo o alivio se fez...por completo. Um banho de água fria, refrescando-se do calor exaustivo. É muita responsabilidade cuidar do coração alheio, ele é tão frágil, e nós incapazes de satisfazê-lo quando não estamos em sintonia. Minhas vistas eu diria que vêem nuances, além do óbvio, além da superfície e das aparências. Vejo um mundo repleto de possibilidades, além do simples ‘sim e não’, do ‘certo e errado’, do ‘positivo e do negativo’...que entre o preto e branco existem milhares de nuances. O tempo é o senhor da razão e com ele escolhi me conhecer. Ter o meu tempo. Formar minhas opiniões, querer minhas vontades, agir, fazer acontecer. Deixei subir para a cabeça, não para o coração! Hoje eu respiro, por mim. Razão... abrir mão, argumentar e justificação, desafiar, pensar, raciocinar, arriscar sem medo do errar!

27 de out. de 2009

tem ou não tem? eis a questão.

Somos movidos a caráter, ou você tem, ou você não tem!

"Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente, A gente muda o mundo na mudança da mente, E quando a mente muda a gente anda pra frente, E quando a gente manda ninguém manda na gente (...)"

21 de out. de 2009

Regra da exceção.

O inteiro é mais interessante, A preferência sempre é do completo Se não for suficiente, será sempre insaciável. Beberá toda suas águas, e morderas tua própria língua. O som só sai perfeito se o instrumentista souber o que fazer, Mas ela se basta com os pés, quando estão soltos, dançam e fazem ruídos perfeitos, embalados num ritmo único, alucinando os olhares deslumbrados. Internamente soam risadas de certezas, pelas incertezas alheias serem lógicas demais. Vou na valsa quando quero e acelero o passo do samba quando convém. E nesse vai e vem formasse uma procura, mas esse alguém entendedor de mim parece estar tão longe. Ninguém segura, muito menos alguém prende. Satisfação? Só se por merecimento, caso contrário, nada feito. Sua arte bem feita é praticada, muito pouco falada. Mas se olhares além da fachada percebera o alcance da obra esporadicamente. Se traçar objetivo, arriscará suas melhores armas para concluí-lo. Talvez por orgulho ou um simples provocar de ego. Precisando, acham-se esconderijos até mesmo atrás de sua intriga. Malandragem com pitada de malicia. Tempero certo do seu sorriso. Deixando transparecer da alma sua intimidade para os bons entendedores. Aqueles que a fascinam, mas tampouco dominam. Pelos seus ideais traçados e abrangências enlouquecedoras. Objetividade em suas escolhas é o primeiro passo, o segundo é esperar o resultado. Se vantajoso talvez estejas envolvido; se desvantagem, estarás descartado. Como um animal selvagem a procura da caça. Com sede de vida. Pode parecer complexo; não para aqueles que observam suas fartas entrelinhas.

se.

Queria poder voltar no tempo, Mudar muita coisa, Repetir tudo, aproveitar mais. Fazer em dobro. Deixaria as lágrimas salgadinhas rolarem com gosto Por tristeza ou por alegria, vivendo meu dia a dia. Beijaria meu primeiro amor de infância, Tomaria sorvete no inverno, mesmo doendo os dentes Aceitaria as colheres de açúcar que meu avô me dá. Tomaria remédio para sarar depressa Andaria devagar para sentir a brisa quente, e... se fria for, colocaria uma jaqueta quente. Pularia amarelinha mais uma vez, na frente de qualquer pessoa E beijaria meus pais na frente dos melhores amigos, Olharia toda noite cada uma das estrelas, e lhes daria nomes Assistiria meus desenhos favoritos repetidas vezes, Deitaria no chão só pra descansar, independente do lugar. Colocaria mais sal e vinagre na salada, eu gosto dela bem temperada. Aprenderia a cozinhar variedades Rasparia o prato cada vez. Aos conhecidos me aprofundaria em seus íntimos E ganharia irmandades inabaláveis, Para poder abusar de vários ombros, nos momentos em que minhas pernas estremecessem. Não jogaria no ar um ‘eu te amo’ Elogiar-te-ia pela beleza todo dia Pensaria mais antes de pensar Faria minhas vontades, e... não me arrependeria. Caminharia sem rumo para conseguir chegar ai E quando ali estiver, correria para não me atrasar. Veria minha sobrinha nascer a cada junho Daria boa noite para minha irmã com um sorriso enorme Com a certeza de que em seu coração, minha confiança esta selada. Tentaria engordar para fazer a dieta do chocolate, De preferência um Alpido ou um Diamente negro. Pediria bis para aquele beijo ardente, com gosto de Tic Tac Deixaria meu orgulho de lado só para te espionar Dar-te-ia prazer incessantemente, pela madrugada sem olhar as horas Sua feição saborearia e me perderia pelo seu corpo Aprenderia a falar sua língua e decifrar sua respiração Fazendo-te responsável pelos meus frios na barriga, Propriamente, quebraria meu medo e me entregaria, deixando-me apaixonar Por seus sussurros, todos os dias. Ajudaria os cegos a travessarem a avenida E aprenderia com eles seu ponto de vista, A criança com deficiência eu abraçaria, E me fartaria naquele dia com seu sorriso. Dormiria tarde e acordaria cedo Sem perder meus preciosos minutos Faria um bate volta na praia inesperadamente Adoraria a Deus toda hora, todo instante e em todo e qualquer lugar mesmo quando é preciso se calar, Com meu mais sincero sentimento Expressando Sua essência em minha vida Na perspectiva de quem sente para crer! Tornaria cada momento especial Aproveitando de novo minhas oportunidades Cada uma delas, sem me cansar para ser feliz, mais uma vez!

15 de out. de 2009

som da poesia.

Existem palavras que soam dentro da gente, sem necessidade de exprimirem verbetes. Poesias sonoras e musicadas. Fechando meus olhos para ver, tudo aquilo que apenas escuto, sentindo tudo aquilo que não consigo ver, que pode me tocar, mesmo que seja só dentro da alma. Arrepiam todo meu corpo, com melodias e notas, que fazem instrumentos ecoarem falas sem ao menos terem boca.

Sentada com meu silêncio, Solto os pensamentos com o vento, Buscando a musica que trás liberdade Viajando e escrevendo sonetos. Das palavras faço versos, Melodias, prosas e rimas, Transformo em poesia Todo som com sentimentos. O som da poesia tem nome Uma conseqüência de verdades, Transmitidas para quem sabe apreciar Mistérios, paixão e saudade. Criam-se sinfonias com letras, Tocam-se concertos reais Unem-se todas as letras Que jamais serão iguais.

9 de out. de 2009

alienação.

Para ser visto como sábio, é importante o reconhecimento da auto-ignorância; como diria Sócrates, - “Sei que nada sei”, sabendo que todos aqueles que o condenaram seriam condenados mais tarde. Quando andamos na contramão da sociedade sofremos as mesmas denuncias que pesaram contra Sócrates no dia do seu julgamento. Assim como no texto cheio de metáforas, A alegoria da caverna, onde retrata a figura do filósofo capaz de fugir das amarras que prendem o homem comum, às suas falsas crenças, indo à busca da verdade para conseguir um mundo mais amplo. Desempenhamos o papel de espectadores, somos passiveis. Platão já havia dito - “Os prisioneiros não sofrem mais com seus grilhões- chegam até a regozijar-se com eles.” Hoje, é difícil encontrar um ser socrático, a ponto de não abrir mão de seus princípios e ideais que pensa ser justo, ainda mais correndo um grande risco de suas ações o levarem a morte. É mais cômodo calar-se e se fazer ensurdecer, encarando as realidades impostas. Sócrates destaca duas hipóteses sobre a morte ser um sonho eterno e uma passagem para o outro mundo, sendo feliz com ambas. Segundo o freudiano Lacan –“Realidade é para aqueles que não podem suportar o sonho!”

7 de out. de 2009

paciência.

Em uma situação complicada, Deparo-me com um turbilhão de problemas adicionados, Incontrolados. Uma virtude de quem agüenta sem queixas Sem revoltas. Qualidade de quem espera, mantêm a calma respira fundo . Mesmo que por alguns minutos se tente pensar Algo que na mente não se enquadra Não se encaixa. Aparece uma escuridão repentina de todo o nada Precisei pensar, então sumiu. E vem a luz quando se resolve tudo No obscuro. Conhecemos a cura daquilo que escondemos A vida é rara demais para não se preocupar impossível desperdiçar o tempo se deixar levar, de uma maneira leve manter a cabeça no lugar, se desesperar só o faz parar de andar e o caminho parece cada vez mais pesado, exausto. Perseverar a chegada em cada passo, Em todo o seu trilhar Determinar!

5 de out. de 2009

conformismo social.

Vivendo nesse mundo de manipulações e pessoas sendo robotizadas por outras, paramos para refletir na importância do pensar. Ser um pensador, aquele que analisa as coisas a sua volta e consegue formar seu proprio raciocinio, sem se deixar influenciar; ter liberdade e prezar por ela sempre. Giordano Bruno foi um exemplo; era filósofo e teologo, tinha sua ideologia que contrariava as ideias aceitas, levando ele a ser condenado a morte pela inquisição romana justamente por heresia. O ser humano deveria desfrutar mais da essencia que o lema “Sapere Aude” afirma; significa ousadia do saber, atreva-se a saber ou ainda, tenha a coragem de usar seu proprio entendimento. A peça O inimigo do povo, escrita por Henrik Ibsen, mostra o conflito existente entre o coletivo e o individual; narra sobre um lugar, onde a maior fonte de renda é o turismo, por ser um balneário. E la vive o Dr. Stockmann, um médico bem conceituado na cidade, e ele descobre que a água esta contaminada e sente-se no dever de levar a verdade ao povo. E realmente o faz, mesmo sabendo das consequencias ruins ele prefiriu manter sua ética profissional e de vida, mantendo-se firme até o final. Ser diferente, é o desejo de todos os homens, e isso só é possivel a partir do ‘outro’. Mas ninguém pensa por ninguém, ou não deveria, mas existem muitos alienados, vitimas do conformismo social, que se deixam levar pelo bom e pelo belo, e também pela preguiça de usar o dom do pensar.