Estava tudo programado e naquela noite sai com meu namorado e alguns amigos.
O barzinho era agradável, as companhias também, o amendoim valeu a pena e as risadas eram tudo que eu precisava.
Decidimos não chegar muito tarde a casa, era por volta das 2:30 da madrugada. Meu namorado iria dormir na casa do meu amigo e vizinho, logo, ele emprestou seu carro para eu e minha irmã irmos para casa.
Tive dificuldade em abrir o portão, estava muito pesado. O carro foi estacionado e eu ainda não tinha conseguido fechar o maldito portão (coisa que nunca acontece).
Pedi ajuda. Minha Irmã me entregou a chave do carro e sua bolsa. Fiquei observando ela se debater, também, ao tentar fechar o portão de casa. Direcionei-me para a porta do carro, quando lentamente vi que ele estava começando a se mexer.
Fiquei desesperada quando notei que minha irmã estava no meio da direção para onde o carro estava se dirigindo.
Primeira reação: Gritei “O carro está descendo a rampa!”
Segunda reação: Instinto de proteção... Tentei parar o carro.
(detalhe, eu estava de salto)
Por incrível que pareça, antes do carro tomar velocidade na descida e bater no portão, ele simplesmente parou. Sim, o carro parou numa descida onde estava na direção de um portão. Foi coisa de 10 centímetros.
Minha irmã espremida no muro e com a blusa presa na porta do carro, eu esmagada no portão.
Em menos de 5 segundos, como se alguém estivesse dentro do carro, dando a ré, o carro pega força e velocidade suficiente para derrubar o portão e me derrubar junto, porém, debaixo da roda.
Pânico total. Gritei horrores. Houve muita dor.
O tempo não passava, minhas forças chegavam ao fim, meus gritos se transformavam em gemidos de angústia, já estava conformada com minha situação, apenas esperando a 2° roda passar por cima de mim para acabar com todo aquele sofrimento.
Eu conseguia escutar tudo ao redor, mas nada era maior do que a dor.
Inesperadamente ouvi “Se arraste para o lado e não se mexa!”
Aquelas palavras subiram ao meu coração. Houve esperança dentro de mim que algo iria parar todo aquele horrível momento.
Repuxando-me com dificuldade e muito esforço, consegui sair. Em segundos o carro desce com força, passando por cima do meu cabelo comprido e da minha blusa.
Estava jogava no meio da calçada que é coberta por pedras, com dores terríveis. Vi minha irmã do outro lado da rua ainda presa ao carro parado.
Tentei levantar, gemi e continuei na mesma posição.
Ao perceber o que realmente estava acontecendo comigo, mexi minhas pernas, vi que não havia nada nelas. Passei minhas mãos sobre minhas costelas, vi que também nada tinha ocorrido, para meu grande alívio.
Porém, meu ombro esquerdo, havia uma sensação insuportável e não conseguia levantá-lo.
Vi certo movimento ao meu redor, minha irmã, minha mãe desesperadamente aos berros e uma vizinha que é uma senhora muito simples e de boa índole. Ela dirigiu as palavras a mim da seguinte maneira:
“Querida, você tem consciência de que o que aconteceu aqui hoje não foi um mero acidente, e sim um grande livramento de Deus. Volte logo para a igreja, pois é lá o seu lugar.”
Além do meu choque momentâneo (sou uma jovem desviada dos caminhos do Senhor Jesus, que ultimamente andou fazendo coisas que não deveria, conforme meus princípios), pensei comigo – “Por que eu?”
A ambulância chegou, fui carregada com cuidado ao hospital, fiz exames, tremi de nervosa e de frio naquele sábado, pré-feriado de páscoa.
Conclusão, uma clavícula quebrada, vários arrependimentos e orações incessantes de agradecimento por minha vida ter sido poupada.
Realmente naquela madrugada tudo parecia bem, mas, nada foi normal.
Se afastar de Deus é besteira, você nunca tem motivos sólidos, apenas arranja ‘boas desculpas’ para escapar dos seus deveres como cristão. Mas é tudo perda de tempo.
Verdade! Experiência própria. Volte logo, só Ele proporciona a salvação.
Saulo precisou ficar cego para se entregar completamente para Jesus Cristo...
(Atos 9: 1-30)
“O Senhor disse que Saulo seria seu instrumento para levar o evangelho aos gentios, e que ele sofreria muito pelo nome de Jesus.”
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